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A sua criança é muito «esquisita» a comer? Não ignore se for duradouro e importante. Crianças que comem de forma «seletiva» terão maior vulnerabilidade para problemas de saúde mental

2015-08-08 16:44:35 Sentido de Si

A notícia de 7/8/2015, da revista Pais & Filhos, dá conta de uma recente investigação levada a cabo pela faculdade de Medicina da Universidade de Duke (EUA) que parece indicar alguma relação entre a seletividade de algumas crianças face a alguns alimentos e a vulnerabilidade para o desenvolvimento de sintomas de ansiedade e depressão.

Este estudo também foi reportado pelo jornal Time, no dia 3/8/2015, por Alice Park.

Nesta notícia é descrito que Zucker, diretor da Duke University Center for Eating Disorders, estudou 917 crianças, entre os dois e seis anos de idade, integradas num estudo sobre ansiedade. Os pais das crianças registraram os seus hábitos alimentares, e os pesquisadores conduziram testes que avaliaram os sintomas de ansiedade e os próprios da perturbação do humor.

Cerca de 20% das crianças eram «comedores seletivos», o que significa que`, ou comeram apenas um número restrito de alimentos, ou não podiam comer com os outros por causa de seu alcance limitado de preferências alimentares. Apenas cerca de 3% caiu na última categoria de «comedores seletivos» graves. A estas crianças foi avaliada uma probabilidade mais de duas vezes superior de serem diagnosticados com depressão ou ansiedade social. Mesmo as crianças no grupo de «comer moderadamente seletivo» estavam mais propensos a apresentar sintomas de depressão, ansiedade social ou transtorno de déficit de atenção e hiperatividade em comparação com crianças que não eram «comedores seletivos».

A autora do estudo aconselha que não se obrigue, necessariamente, as crianças a comerem o que não gostam, mas antes a explorar diferentes formas de atrair a motivação das crianças para determinados alimentos. Tentar apresentá-los a novos alimentos, ou não-favoritos em diferentes momentos, como parte das «aventuras de alimentos», de forma tranquila e até animada, para ajudá-los a tornar-se mais confortável com e dispostos a tentar coisas novas.

CONCLUSÕES

Zucker argumenta que o resultado desta pesquisa não mostra que necessariamente tem, ou terá, problemas psicológicos, ou vice-versa; ele só mostra uma correlação entre os dois. A investigadora refere mesmo: "Eu não quero levantar pânico entre os pais;... espero é que esta pesquisa faça perceber que a história [a seletividade das crianças na alimentação] é mais complicada do que nós apreciamos." Acrescenta que «comedores seletivos» não são simplesmente crianças teimosas, ou tirânicas, cujos pais tenham cedido a seus caprichos culinários.

Este estudo apoio a muitas vezes errada culpabilização dos pais em relação ao comportamento seletivos dos filhos. Chama a atenção para a necessidade de desdramatizar o momento «refeição». Para contornar a tensão com alguma criatividade e brincadeiras.

A pesquisa revela que «os comedores seletivos» têm uma maior sensibilidade inata ao mundo que os rodeia, ou seja,  "... a sua experiência sensorial é mais intensa nas áreas de sabor, textura e visão. E, simultaneamente, a sua «experiência interna» pode ser mais intensa, retratar sentimentos mais intensos ". Podem ser "... crianças sensíveis que podem estar ansiosas ou um pouco deprimidas", mas não há uma relação causa-efeito!

 

NOTEM:

Esta publicação teve o cuidado de explorar, e integrar mais informação referente a este estudo, em relação à apresentada nas fontes cima citadas, por forma a ser compreendido pelos leitores que este estudo encontrou uma correlação entre a seletividade aplicada na forma de algumas crianças se alimentarem, e apenas quando esta é de grau moderado e severo (não ligeira, não na situação de rejeitação de 2, 3, ... 5 alimentos), e a presença de sintomas própriOs de ansiedade dita «não saudável», chamando a atenção que isto não significa que há uma relação causa-efeito. Esta publicação quer chamar a atenção, tal como a autora principal do estudo chega a referir, que algumas crianças podem ter um comportamento seletivo não por culpa dos pais, mas devido a factores internos da própria criança, e a estes sim, devemos estar atentos. Mais estudos serão necessários para explorar a correlação encontrada. 

 

 



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